Durante o Governo de Getúlio Vargas foi criado a Paner, Cia de Aviação para Missões Especiais. O responsável pelo correio era Aéreo Noturno, que interligava Rio de Janeiro, São Paulo, Cuiabá a Manaus e o responsável por este órgão era o Comandante Mauricio Coutinho Dutra, homem de muita cultura, politicamente ativo, ligado ao PTB do então Presidente. Por volta de 1964, com o agravamento da política governamental, o comandante se refugiou em direção a região central do Estado de Mato Grosso, próximo ao Rio Correntes, Município de Pedro Gomes. Construiu um rancho de palha e após alguns anos tornou-se proprietário de muitos hectares de terras no Município. Refugiado em sua grande área de terra, Comandante Coutinho sempre procurava se disfarçar e ia para a Cidade de Rondonópolis, em sua Pick-up, onde gostava muito de assistir a filme de faroeste, um de seus Hobbies preferido. Pensava sempre que o destino lhe daria a terra não desbravada, pois a solidão o consumia e as matas iam além do que seus olhos enxergavam.
Em 1975, ofereceu a seu sobrinho, Raul Kelvin Thuin, Coronel do Exercito, cerca de 10.000 hectares de terra para que a utilizasse em algo útil para a Nação Brasileira. O coronel Raul, homem idealista, sonhador veio conhecer a sua terra e estudar a possibilidade de explorá-la em prol do Brasil, como desejava seu tio. Em 1976 contratou a consultoria da empresa Planec, de Campo Grande, onde um de seus sócios, senhor Beat Rolf Stucki, imigrante suíço que chegara ao Brasil em 1951 e que em 1973 mudou-se para a cidade de Campo Grande. Fez o diagnostico da área juntamente com o Senhor Stucki. Coronel Raul subiu em uma árvore grande e deslumbrou, sonhou com uma cidade, crianças correndo, chaminés fumando e um grande núcleo urbano se desenvolvendo. Inicialmente pensaram em um frigorífico, mas a ideia foi descartada, pois faltaria matéria-prima.
Consultaram, também, durante o diagnóstico da área, o Médico e então Governador do Estado de Mato Grosso, Fernando Correia da Costa, juntamente com sua filha Telú. Em consulta também a Lamartino Navarro, que foi o precursor do Pró-álcool no Brasil e que trouxe do exterior a ideia de produção de energia alternativa, sugeriu a possibilidade de implantação de uma usina de produção de álcool, pois a cultura da cana-de-açúcar possui uma grande característica sazonal. Como a idéia foi aceita em consenso, Lamartino forneceu toda a orientação e a Planec, através do Senhor Stucki, fez o Projeto e em 1977 iniciou a Construção da Usina Aquárius. O nome da Usina foi escolhido pelo Coronel Raul em homenagem ao signo de sua esposa Lúcia, mulher extremamente inteligente e humana. A Usina Aquárius foi a 1ª Usina de produção de álcool projetada no Brasil para a região do cerrado. Em meados de Julho de 1978, iniciou uma produção experimental, que se efetivou no ano de 1979 e que contava com cerca de 850 funcionários, que já formavam um pequeno núcleo urbano e que residiam em barracos de lona, o mesmo acontecendo com o senhor Stucki, que mudava em 1976, juntamente com sua família.
O andamento das atividades da usina seguia muito bem, entusiasmados, muito idealismo e, no entanto, sua administração não era das melhores, deixando a desejar. Diante de vários problemas, a Usina Aquárius foi então adquirida, por volta de 1983, pelo Grupo Giobbi e pela Cigla – subsidiaria da Fiat Italiana. Passou, a partir daí, a ser chamada de Cia Agrícola Sonora Estância, hoje muito bem administrado em todos os setores da cadeia produtivo. Grande parte da mão-de-obra fixou residência neste núcleo urbano, desempenhando funções nas épocas, intermediarias ao trabalho na lavoura, contribuindo para a expansão populacional da comunidade. Esta expansão atraída pelo mercado de trabalho local, levou este núcleo à condição de distrito no ano 1985.
Foi determinado que se chamaria Distrito de Sonora, devido aos filmes assistidos pelo Comandante Coutinho, em Rondonópolis/MT, onde nos filmes de faroeste os bandidos se refugiavam na Cidade de Sonora, México, na fronteira com os Estados Unidos, fugindo dos Xerifes Texanos.
No dia 3 de Junho de 1988, através da lei nº 828, foi criado o município de Sonora, ficando o mesmo pertencendo à Comarca de Pedro Gomes, de cujo Município foi desmembrado. Dada sua emancipação política neste ano de 1988, seu primeiro mandato ocorreu pelo então Prefeito João Cavalcante Costa. A área do Município é de 4.075 km2 e 10.314 habitantes moram em Sonora.
Formação Administrativa
Elevado à categoria de municio e distrito com a denominação de Sonora, pela lei estadual nº 828, de 03-06-1988, desmembrado do município de Pedro Gomes.Sede no atual distrito de Sonora (ex-Localidade). Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1989. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.